Diz-me,
Fala-me daquele tempo,
daquela primavera…
Lembras?
A tua voz é a melodia
suave que anseio,
É vida, que aviva a minha
vida, que enleio,
Sabes?
Inventei-te em mim,
minha audaz fantasia…
Á noite, ao deitar, pouso
a pensar,
a imaginar… como seria,
amar-te até ser dia…
Depois,
Vejo-te poema, sangue
corres-me nas veias,
bombeias-me o coração de
palavras doces, tenras, de amor
versejas em odes as tuas
rimas, num clamor
mitigas a dor, as mágoas
do mundo lá fora, do horror…
dos meninos de vida sem cor
Anjo, guerreira de Deus
émulo do diabo
ambicionas varrer o
passado, apagar o pecado,
seguidamente,
És mulher,
A paz,
O meu sossego.
Falas por fim, daquela
primavera…
Sacias-me a saudade,
A espera
Adormeço nesta quimera
Luís Paulo