O céu plúmbeo,
Refletia nas águas o cinzentoDo outono
Que se avizinhava
Águas escorreitas afluíam p`lo tejo em ondas mansas, cercadas
de vida, tomando e invadindo de tonalidade etérea a baía do Seixal
Toalha liquida, espelhenta e cristalina, de ritmos constantes
em serenas nuancesAzul profundo, por vezes
Outras, aniladas de azul celeste
Lavadas,
Ainda outras, tom de pérola, ou ardósia… exangues,
Carminadas
Anfiteatro de transparência e excelência pura, onde ninguém fica indiferente, nem o mais indigente, ao murmúrio cadenciado, ministrado pela enchente
Os esteiros acenam um dos mais harmoniosos e belos acontecimentos no curso do rio, onde num sulco mais profundo desemboca o rio judeu
Habitáculo transitório, onde as aves migratórias também elas
vêm apreciar a mestria, o requinte diáfano do ambiente.
O flamingo,
o alfaia,
o perna-longa, a garça e o pato-bravo
ali, procuram abrigo e alimento,
Vêm todos os anos, num voo alegre, como dançando o ultimo
andamento.
Van Gog, Miguel Ângelo, ou
Leonardo Da Vinci,
Se vissem esta beleza
Render-se-iam vencidos
Ao maior Pintor da natureza
Luís Paulo