Bem- Vindo

Bem- Vindo
Queria tanto ser poeta, falar do mundo, do amor... Porque não da dor? Do sofrimento... Da injustiça então... Enfim, falar do meu sentimento

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O livro


Era sábado,

A tarde findava,

Escoltadas por um vento de leste, nuvens azul ferrete, iam conquistando o dia, conduzindo a noite precoce de Novembro

A brisa cada vez mais robusta fazia um rumorejar nos ramos das árvores, balançando os pássaros que chilreavam procurando o melhor galho para pernoitar.

Algumas folhas secas passavam rapidamente impelidas pelo vento que pareciam fugir assustadas a qualquer coisa que as perseguia.

Testemunhei que tremia e que também eu perseguia... perseguia-te a ti…

Entrei, num ambiente acolhedor, tranquilo, uma pacificidade intelectual, onde vários grupos dispersados pela sala conversavam entre si.

 Olhaste para mim,

Eras o livro mais lindo do evento.

Livro carregado de promessas,

 Olhares cruzados, enlevados, abraçados, num enlace apertado, espontâneo, suave, delicado, numa fragilidade que é tua… uma orquídea nua…

Tudo era pequeno ao teu redor,

Não sorrias, irradiavas… pelo espaço flutuavas,

Eras a própria essência de uma fragrância floral, um bálsamo perfume do mar…

Falaram de vidas… de existências teoremas…

Discursaram poemas… dediquei-os a ti

A sala enchia… mas, sem ti, era fria... vazia…

Senti que te perdia, perdi-me em mim

Saí… estava noite, achava-se frio,

Fui empurrado por pensamentos como torrente de um perturbado rio…

Naufraguei á deriva por aí e como naufrago exausto adormeci e sonhei com o livro que não li

       

                                                                                                                                           Luís Paulo