Bem- Vindo

Bem- Vindo
Queria tanto ser poeta, falar do mundo, do amor... Porque não da dor? Do sofrimento... Da injustiça então... Enfim, falar do meu sentimento

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Lembro-me tão bem...


Lembro-me tão bem…

Inaugurava o mês de Novembro. --- O dia iniciava com o céu plúmbeo… Tenazmente cinzento… Conduzindo uma brisa fresca, veiculando um aroma a begónias e crisântemos… Um nardo a terra húmida ressuscitava no ar…

Surgias com o teu passo tímido e nervoso. --- Esboçavas um sorriso inquieto e inseguro... As maçãs do rosto delineavam ruborizadas. --- Os olhos? Há! Os olhos transportavam um brilho de uma incansável alegria…

Parados. --- Emudecidos… olhando-nos alienados de tudo á nossa volta, testemunhámos todo o nosso agradável percurso, como se estivesse gravado ao indelével nos nossos corações…

Presenciei que te arrepiaste. --- Encolheste-te ligeiramente… aconchegaste o casaco e colocaste as mãos nos bolsos.

Conduzias a voz embargada pela emoção…

Determinas falar, mas, da tua garganta apenas escapa um sussurro. --- Sussurro esse que se confunde com o murmúrio da brisa outonal…

Não compreendi o que disseste. --- Mas, pelo movimento dos lábios, foi como se tivesse ouvido em profunda sonância, a voz metálica de um altifalante de uma estação ferroviária…

Eu perdoo-te Luís…

Lembro-me tão bem…

O céu plúmbeo… o dia cinzento… a aragem fria… tudo isso desapareceu… tudo isso se esfumou, como que contagiados com minha alegria… o Sol brilhou como se fosse Agosto, que aqueceu meu coração e deu luz á minha vida

Abraçamo-nos efusivamente e autenticámos tranquilamente, pacificamente um prazer á muito ausente…



                                     Luís Paulo




domingo, 9 de outubro de 2011

Mundos opostos



Inconscientemente, transitava uma vereda sinuosa…

Uma estrada larga, com permissividade excessiva.

Iterenário opaco, abastecido de obstáculos. --- Antagonismos humanos… Com valores mortos, onde permutam a verdade pela mentira… Que trocam conversa saudavel… educativa, por conversas obscenas… Espúrias…

Metamorfoseiam o Amor, a essência da vida, por sexo animalesco… Suas actividades são tão repulsivas, que transportam no hálito cheiro a excremento…

 --- Era um mundo asqueroso… Abjecto… Imundo… Onde me encontrava aprisionado, acorrentado… Como os condenados às galés com as suas correntes e grilhões.

Ambicionava fugir deste trilho. --- Mas, uma voz macia… Sensual… Lasciva… Lúbrica… Ardilosa… Conduzia-me contínuamente com linguagem de engano, como se recruta um touro ao abate. Elas próprias reconhecem que são desprezíveis. --- Mas gostam e persistem nos seus actos ignóbeis…

São estas pessoas. --- Que insistem, em transformar o mundo num lago de aguas paradas… Fétidas… Podres, a cheirar mal

E ali residia eu. --- Neste abismo… Neste mundo fétido… Adulterado… Até que te vi. --- Ao longe é verdade, a tua imgem ainda estava indefenida… Mas assim, como o dia clareia mais e mais, até estar firmemente estabelecido, assim tu vieste a mim, mais e mais até a tua imagem estar defenidamente descoberta…

Lembro que falei dos teus olhos. --- Olhos brilhantes… Radiantes… Expressivos… Tu? Tu adocicaste as palavras com a verdade… Com ternura… Com amor.

Pedi a tua mão. --- Olhaste-me com surpresa… Com perturbação… Não esperavas este meu absolutismo… E timidamente pousaste a tua mão na minha… Foi o momento aureo do nosso encontro…

Desataste teu coração. --- Onde entrei… 0nde penetrei até ao fundo do teu mais íntimo, e descobri um planeta novo. --- Com caminhos sensatos… Harmoniosos… Aprazíveis, que se respira autêntica paz…

Universo de imperturbabilidade.

 Com belos jardins… sebes podadas, formam artisticamente desenhos labirínticos.
Relva com um verde fresco, saciado de irrigação… Lagos, contendo peixes de várias cores… repuxos, flores são das mais variadas, com sua fragrância a ressuscitar no ar… Pavões com sua plumagem de cores luxuriantes…
Na área envolvente, várias árvores formam uma floresta exuberante, onde o sol côa nas suas ramagens. 
O chilrear e o volutear dos pássaros, é mais um elemento, para reforçar a ideia de que esta parte do mundo, não mudou muito desde o éden.




                                          Luis Paulo

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Perola do Atlantico...


São três da tarde…

O dia está firmemente estabelecido.

O sol de Agosto… Desenha… Caustica seus raios na terra… Conduzindo luz… transferindo calor ao mundo…

Lenbro-me dos teus olhos…

Olhos pretos… Pretos azeviche… Como a corroborarem, que em ti reside o amor… Que a mim remetem… Me endereçam raios de alegria e esperança…

Sentado…

Contemplando o profundo oceano que nos separa…

Peço ao céu, que envie anjos para te carregarem a mim… Minha flor… Minha pérola do atlântico…

Tantas vezes quis negligenciar estes sentimentos meus… Sem alcançar… Sem vislumbrar ser possivel…

E aqui estou eu, em frente às águas que nos desconjuntam… Que nos apartam… A meditar em ti…

Por favor desculpa…

Por favor perdoa… Perdoa não acordar o pacto… O nosso plácito… Convenção de silêncio…





                                                                                            Luis Paulo